Tuesday, May 28, 2013

Púrpura e rosada



Sinto a dor afundar meus olhos
E estou ébria apenas para mantê-los abertos
Foi a dor que afogou meus olhos na escuridão da memória?
Ou combustível queimara razão para deixa-los turvos?

Tudo é negro, apenas a dor ecoa púrpura
E rosada
E é tão imensa que colore os cegos
E incha e lateja
Que graciosamente acorda o mundo.

Sofrimento mudo grita em meus pulmões
Sem deixar nota de coração partido fugir à boca.
Dor que dói por não saber origem
Dos punhos cerrados que valsaram em pele e ossos.

Púrpura e rosada.
Colorindo olhos de arco-íris
E a íris, cansada, já não luta por suas cores de origem.
Cores tão lindas que se tornam tristes
Iluminando o preto e branco desfigurado
E, por descaso
Não sei quem fui
Ou
Como foi.