Hoje contei uma das histórias do
meu coração partido. Justo, aquela, que me causa mais dor. E vi meu reflexo
instável em seus olhos marejados. Foram os seus olhos e, não, as minhas
palavras que reviveram todos aqueles significados.
Sofri agudo e afundei a lembrança
do amor que se esvaiu (em porra, sangue e lágrimas) no cigarro que queimava
entre os dedos. Seus olhos foram o espelho no qual olhei e senti nojo, há cinco
anos. Morri um pouco. Morri a mesma morte. Engoli seco. A tatuagem ainda zomba
da minha fragilidade; as marcas internas do meu corpo também zombam de mim. Não
nego nada.
Não nego o sangue que corre em
minhas veias e pulsa entre as pernas, não, no coração. Mas ainda sou ingênua
por negar as lágrimas que chorei. Amei. Amei um amor oco, flácido, idealizado.
Amei o que eu queria que ele fosse e a necessidade de afogar-me em outrem. E odiei
o amor que senti pelo meu ódio. E os sorrisos que dei, mesmo nunca tendo me livrado
dele.
Estou triste. E, mais uma vez,
sinto-me só, mesmo rodeada de pessoas gentis.
_ E, os seus olhos? Os seus olhos
apenas negaram a força que eu finjo ter. Eles foram a minha morte eterna, nos
dois segundos em que você não soube disfarçar a sua piedade por mim.
(escrito em 6/11/2012, durante a aula de Cultura Brasileira II)
A verdade nas suas palavras dói. Mas é uma dor de admiração, que é a única coisa que consigo sentir no momento.
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